Favorita pela fama de seus jogadores, desacreditada pelos números. É assim que a Argentina é vista na estreia de Diego Maradona como treinador em Copas do Mundo, neste sábado, contra a sempre incógnita Nigéria, às 11h (16h no horário sul-africano), no Ellis Park, em Joanesburgo. Depois de passar sufoco para se classificar nas Eliminatórias, os hermanos chegam à África do Sul apostando no brilhantismo de Messi e no ótimo momento de alguns jogadores para sair da fila de títulos que já dura 24 anos.
Desde a chegada no continente africano, Maradona tenta transparecer muita tranqulidade depois do sufoco passado nas prévias. O passaporte só foi carimbado na última rodada das eliminatórias com uma sofrida vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai, em Montevidéu, gol marcado por Bolatti, aos 34 minutos do segundo tempo.
Depois de conviver com inúmeros pedidos de demissão dos torcedores e ter o trabalho questionado pela imprensa, o eterno camisa 10 vê a chance de iniciar um novo momento. Se o padrão de jogo ainda é um mistério após inúmeros treinamentos fechados em Pretória, a confiança aumenta pela ótima temporada feita pelas estrelas: os atacantes Messi, Tevez, Milito e Higuaín fizeram juntos 106 gols. Já os zagueiros Demichelis e Samuel disputaram a final da Liga dos Campeões da Europa, enquanto Di Maria brilhou em Portugal e Verón foi campeão da Libertadores em 2009.
- Depois das Eliminatórias, em que não fomos tão bem, esperávamos esse momento de estarmos juntos. Pelos treinamentos, pelo que os jogadores sentem com a camisa, pelo que sabem que o povo argentino sente, esse time me encanta – disse o treinador.
A Nigéria também não vive um dos momentos mais calmos. O time assegurou a vaga para o Mundial sem sustos e acabou em terceiro na Copa das Nações Africanas. Apesar dos números favoráveis, o técnico Shaibu Amodu não suportou a pressão e acabou demitido, sendo substituído pelo sueco Lars Lagerback, algoz argentino na Copa de 2002.
- Estamos ansiosos para o que será um bom torneio. Estas poucas semanas têm sido maravilhosas para mim. O comportamento dos jogadores vem sendo fantástico e estão todos motivados. Estamos fazendo uma ótima preparação – projetou o comandante.
Enfrentar a Nigéria, aliás, tem um sabor especial para Maradona. O último jogo dele em Copas do Mundo foi exatamente diante dos africanos, em 1994. O duelo era válido pela segunda rodada da primeira fase. Diego foi sorteado para o exame antidoping, que acabou detectando a presença de efedrina em sua urina. Punido, não mais atuou, e os argentinos caíram nas oitavas de final diante da Romênia por 3 a 2.
- É uma coincidência linda. Sabemos como jogam os nigerianos, e eles sabem como nós jogamos – resumiu Maradona.
Com tantos treinos secretos, o treinador obviamente não revelou a escalação para a partida. Nas entrevistas, porém, ele deu a entender que usará um esquema bastante ofensivo, com Messi, Higuaín e Tevez no ataque. Milito, herói do Inter de Milão na conquista da Liga dos Campeões da Europa, será opção no banco.
Na Nigéria, o técnico sueco Lars Lagerback também não confirma o time que estreará no Mundial, mas não deve mandar a campo uma formação muito cautelosa. As apostas são o zagueiro Yobo e os atacantes Obinna e Yakubu.
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