Bola na Trave Pernambuco

COPA DE 2014

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O caminho para a elite de Sport e Náutico


Esta década foi o período de maior transformação do Campeonato Brasileiro da Série B. Em organização e qualidade técnica. Consequentemente, a competição também melhorou economicamente.

Em 2006, Náutico, de Kuki, e Sport, do ídolo Fumagalli, comemoraram o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro após campanhas marcadas pela regularidade. As torcidas alvirrubras e rubro-negras esperam rever a festa no final desta temporada. 
Antes, a Segundona era o fundo do poço do futebol do país, com torneios inchados com mais de 60 clubes. Os grandes clubes brasileiros sequer participavam, ou por obscuras regras de protecionismo na elite ou simplesmente através de vexatórias viradas de mesa após os rebaixamentos consumados, como aconteceu com o Fluminense, em 1996. Mas a Série B foi moralizada. E tornou-se viável.

Os gigantes caíram e passaram a viver o "calvário". A mudança começou com Palmeiras e Botafogo, que disputaram a edição de 2003. Voltaram ao Brasileirão como campeão e vice, respectivamente. Em 2006, nova mudança, dessa vez no regulamento. Importantíssima. O formato de pontos corridos da Série A foi implantado na divisão de acesso, com 20 clubes, calendário com 38 jogos para todas as equipes, quatro vagas de acesso e outras quatro de descenso. Assim,nada de classificações fortuitas. Planejar era preciso. Um torneio longo, com a necessidade de elencos reforçados. Era o início da era dos famosos jogos das "terças e sextas", à noite. Esse é o horário "nobre" da Série B.

Com clubes de tradição e boa audiência na TV, a segunda divisão nacional se tornou - como não poderia deixar de ser - alvo de uma disputa ferrenha entre a CBF e o Clube dos 13, que enxergam no módulo um novo vetor político/econômico do futebol nacional. O Clube dos 13, que hoje conta com 20 integrantes, já anunciou que pretende ampliar a carta de sócios para 40 clubes. Tudo por causa do interesse da televisão (aberta e por assinatura, com direito a pacotes completos do pay-per-view). As cotas irrisórias deram lugar a cifras bem mais generosas. A Confederação Brasileira de Futebol ofereceu R$ 35 milhões aos clubes, que, mandaram uma contraproposta, de R$ 40 milhões, sendo R$ 2 milhões para cada participante. Além disso, quatro times do Clubes dos 13 (Sport, Bahia, Coritiba e Portuguesa) aindatêm direito a uma cota extra. Ou seja, dinheiro tem!

É nesse cenário que Sport e Náutico voltam à Segunda Divisão, com clubes como Santo André (vice-campeão paulista) e ASA de Arapiraca (maior surpresa da última Série C). Os rivais centenários subiram juntos em 2006, quando o Leão só havia dado um passo do atual pentacampeonato estadual. Acesso duplo, com o Sport como vice-campeão e o Timbu em 3º lugar. Mas também caíram juntos: o Rubro-negro como lanterna do último nacional, justamente no ano da participação na Taça Libertadores. O Náutico, por sua vez, brigou até a penúltima rodada, mas também não se segurou. Os dois tiveram o mesmo problema: poucos pontos fora de casa. Lição aprendida para este ano?

Fortalecidos - Náutico e Sport começam amanhã a lutar novamente pelo acesso. Chegam fortalecidos em relação à última campanha no segundo degrau da casta nacional. Estruturados e conscientes de que voltar logo no primeiro ano é essencial (até mesmo para angariar novos patrocinadores, aumentando a receita do futebol). Finalistas do Pernambucano encerrado na quarta-feira, os rivais já ingressam numa nova campanha a partir desse sábado. Ambos no mesmo horário, às 16h10: Náutico x Coritiba e Brasiliense x Sport. A Segundona, porém, começa hoje à noite, com quatro partidas. A última rodada está marcada para o dia 5 de dezembro. Até lá, o futuro do futebol pernambucano estará em jogo. Mais um ano longe da elite ou a redenção?

1971
O ano que marcou a primeira edição do Brasileirão. E também a estreia da Segunda Divisão. Sport e Santa Cruz jogaram a elite enquanto o Timbu ficou na divisão de acesso. Num torneio curto - o Náutico disputou apenas quatro partidas -, o time alvirrubro foi eliminado na primeira fase. Teve como adversários o o CRB e o Itabaiana/SE (que avançou).

1980
Numa era na qual a classificação para a elite nacional era através da classificação nos Estaduais, o Sport ficou de fora da Série A ("Taça de Ouro) de 1980. Disputou a Segundona ("Taça de Prata"), e, pasmem, subiu no mesmo ano, ao ficar em 1º lugar no Grupo C. Na elite, uma campanha fraca, com a 29ª colocação num total de 44 times.

1988
Após o polêmico Brasileirão de 1987, o Náutico foi um dos oito clubes que sobraram na transição de 32 clubes para 24 na Primeirona de 1988. Jogando a Série B (chamada na época de Divisão Especial), o Alvirrubro fez uma excelente campanha, garantindo o acesso ao lado da Inter de Limeira. Os dois times disputaram a final em apenas uma partida, realizada no interior paulista. Diante de 12.325 torcedores, o time alvirrubro, que tinha como destaque o meia Nivaldo, foi derrotado por 2 x 1. Ficou com o vice.

1990
Campeão brasileiro em 1987, o Sport caiu para a Série B em 1989. Mas, dando razão à Fifa (que disse em seu site oficial que o Leão é uma "montanha-russa"), o Rubro-negrou conquistou a Segundona de 1990. Na decisão, em 16 de dezembro, um empate sem gols com o Atlético-PR. Campeões? Nomes como Márcio Alcântra, Mirandinha e Neco.

2002
Dono da segunda melhor campanha na primeira fase, o Sport partiu para as quartas de final como franco favorito contra o Paulista de Jundiaí. No primeiro jogo, empate por 1 x 1. Na volta, numa Ilha lotada, vitória dos visitantes por 2 x 1, com gols de Taílson, acabaram os planos do Leão de voltar logo no primeiro ano após a queda. Seriam, na verdade, cinco temporadas penando na Série B...

2005
Sábado, 26 de novembro de 2005. Os alvirrubros nunca vão esquecer essa data. O estádios dos Aflitos estava superlotado. Contra o tradicional Grêmio, uma vitória bastava para garantir a vaga. Mesmo com dois pênaltis a favor (desperdiçados) e diante de um adversário que teve quatro jogadores expulsos, o Náutico conseguiu perder o jogo. Derrota história. No lado gaúcho, a vitória rendeu até DVD: "A Batalha dos Aflitos".

2006
Um ano depois, ainda juntando os cacos, o Náutico surpreendeu o país. O time de Rosa e Silva deu uma aula de recuperação e garantiu a sua classificação à elite nacional após 12 longos anos. Quase um ano depois (11 de novembro), novamente nos Aflitos, o time via mais uma vez a chance de se consagrar. Dessa vez, a glória. Luis Carlos Capixaba e Felipe marcaram os gols da vitória sobre o Ituano. O resultado? "A Batalha dos Aflitos".

2006
Regular durante toda a temporada, o Sport começava uma nova fase em sua história. Um capítulo que continua até hoje, com o novo pentacampeonato. Naquele ano, o Leão, amparado pelos 18 gols do meia Fumagalli, até brigou pelo título. No fim, com o Atlético-MG campeão, o Sport travou um duelo particular com o Náutico. Ambos terminaram com 64 pontos, na primeira edição dos pontos corridos, mas o Sport ficou com o vice, por causa do saldo de gols (21 x 16).

Nenhum comentário:

Postar um comentário